terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Isto de não escrever consome - me. Tentei deixar de o fazer, pois sei que se pensar na minha vida, entro numa espiral pura de sofrimento, e não sou capaz de me expor a isso. Mas hoje, aqui e agora , vou fazê lo, porque não aguento mais ! Não aguento ficar calada, enquanto vejo toda a gente a fazer as suas vidas, a seguir em frente. Ainda há 3 meses eu dizia, que tinha saudades dos corredores, a agitação, as memórias . Porque é que tudo não volta ? Todos os dias passo por aquele chão, os mesmos sítios, e tento não pensar muito, tento afastar - me, mas tudo volta. Hoje faria 11 meses, 11 meses de nada, 11 meses de sonhos destruídos, 11 meses de ilusão, 11 meses que me levaram á loucura, 11 meses que me levaram para um sítio escuro, sozinha, rodeada de pessoas, mas sozinha, e sim , sinto - me sozinha, é como se não sentisse mais nada, é como se estivesse a escrever e o coração não bate. E sei que isso é impossível, porque enfim, ele bate, e nunca foi literalmente "partido", mas encaro o meu coração como um músculo, e como musculo, foi tão apertado, que agora não passa de um monte de células vermelhas com veias e artérias por volta, na minha cabeça , a minha imagem dele, é qualquer coisa pequena, já utilizada, deitada fora, suja, algo estragado, como sem substituição . Encaro a minha vida assim, e agora mesmo no sentido literal. Até o meu quarto é assim. O meu blogue está assim . A minha cabeça assim. As minhas relações assim . Distorcidas, acabadas, estagnadas, deixadas de lado . Os sentimentos mais fortes que tenho contra as pessoas que amo é a raiva , imcompreensão ,  desilusão, tristeza, alguns porque me deixaram, não lutaram, não ficaram, não perceberam ! Outros porque não os quero magoar, e continuam comigo, mas não consigo dar - lhes o devido valor. É como se me sentisse sufocada, é como se não respirasse, é como se não houvesse mais vida. Como se o meu corpo estivesse preso, como se não soubesse mexer - me ou viver como deve de ser sem eles. Tenho de lhes olhar para a cara todos os dias, pessoas que agora olham para mim como se fosse uma estranha, como se não tivesse acontecido nada. Dá vontade de gritar, gritar no meio dos corredores : O QUE É QUE EU VOS FIZ DE MAL PARA ME MAGOAREM ASSIM ?
Não , eu não sou forte, mas eu vou aprender a viver como tal. Com ou sem coração, sozinha ou não, com pensamentos distorcidos ou não . Eu também sei seguir em frente, eu sei ficar calada, eu sei ficar em silêncio e ver aquelas pessoas que disseram: já não me importas , caírem no chão, sem ninguém para os apanhar. Eu sei esperar, eu sou paciente. Eu fui durante 11 meses.

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