quinta-feira, 30 de agosto de 2012

(...) se é que alguma vez te amou mesmo..

Ele não vai pensar que fez a maior asneira da sua vida, nem vai olhar para o telemóvel á espera de uma mensagem tua. Não vai morrer de saudades, nem de amor, não vai por fotografias com frases lamechas no facebook. Bem, ele nem vai falar de ti aos amigos, nem se vai queixar de te ter perdido, e SE pensar em ti.. Secalhar nem lhe vais calhar ao seu pensamento, não vale a pena pensar nisso. Quando ele te vir na rua, ele não vai ficar a pensar em como estavas linda, ou como o teu cabelo estava assim e assado, e tão pouco vai pensar: porque a deixei escapar? Ele não vai correr atrás de ti, vai arranjar outra rapariga qualquer que lhe faça o mesmo que tu fizeste, ou seja, dar lhe o coração, e vais ser substituivel, como se fosses descartável. Ele não te deu valor uma vez, então não vai dar das próximas, porque será mesmo assim. Tu ainda o amas, e tens saudades e tens essa esperança que um dia ele te volte a falar como antes, mas com ele não é bem assim. Para ele acabou, e o teu nome? É só mais um para a lista. A vossa música, as vossas declarações, conversas, e mensagens guardadas, para ele será nada, absolutamente nada, e talvez ele já tenha apagado tudo. Com toda a certeza ele não ficará com ciúmes quando te vir a falar com outro rapaz, e tão pouco lhe vai dar um aperto; enganas - te se pensavas que ia ser assim. Ele não vai querer saber se te magoou, não vai querer saber como ficaste, o que te aconteceu, se ainda sofres. Ele não vai querer saber da tua opinião sobre ele; ele não vai correr atrás de ninguém, não vai dar justificações a ninguém. E tem razão. Acabou, a vida dele continuou, e não te vai voltar a amar, se é que alguma vez te amou mesmo

Tempos passados..

Foi uma infância feliz, confesso, eu vivia nesta fantasia fechada. Talvez com medo que algum dia quebrasse, e não vou mentir, eu sabia que havia um mundo lá fora, e eu queri muito descobri - lo. Não me dava com outras crianças, queria alguém assim como eu, alguém curioso, alguém que me entendesse. Não entendia o porquê das outras crianças chatearem - se por motivos tão banais, quando eu só me chateava se a minha letra não saía sufecientemente perfeita. Antes? Eu queria era agradar e ser a preferida. Isso era antes. Depois acordei. Comecei a perceber, que este mundo, nem que fosses perfeita, te aceita. Pessoas que achei que estariam comigo sempre? Bem, já não estão. E no fundo só podemos contar connosco próprios. Viramos costas a quem mais nos ama, e ficamos com aqueles que mais nos desprezam, em busca de aceitação , de uma razão para ficar. Hoje compreendo, hoje vejo as coisas de maneira diferente. Eu queria pertencer a este mundo, e aqui estou eu. E no entanto parece que me vou arrastando a cada dia. SInto saudades de pessoas que não se importam comigo, que já nem pensam em mim. Acreditei no que não deveria acreditar. Todas as noites antes de dormir, penso em tudo, flashbacks da minha vida. De tudo, onde errei, o que fiz. Um dia chegarei lá, e agora ? Agora só quero agradar quem me quer bem. E honestamente? Só quero superar - me a mim própria.

Menos uma vitória..

Mais um dia, mais uma luta . Hoje, acordo, como sempre, e olho - me ao espelho, á espera de encontrar alguém diferente do que sou. Uma eu mais alegre, talvez. Os olhos ensonados contradizem - me, e observo cada feição da minha cara. Conto as borbulhas, á espera de encontrar a testa mais lisa, sentir - me mais bonita. Desato o rabo de cavalo e os caracois descem - me pelos ombros, e esboço um sorriso, treinando, aperfeiçoando. E como todas as manhãs, dirijo - me á balança, em espera de um número que me alegre o dia. E mais uma desilusão por alto. Dou graças a Deus por estar sozinha em casa, assim desiludo - me sozinha. O número continua igual, para meu desespero. O esforço do dia anterior persegue - me. O esforço de comer menos, controlar - me. Mal saio de casa, está calor, e estão todos a divertirem - se, arranjam sempre diversão. Mas tenho a cabeça cheia, isto persegue - me. Tomei a decisão de só voltar a encarar as pessoas como deve de ser se voltasse a emagrecer, ficar mais bonita. E podia neste momento estar a fazer exercício, e no entanto sento - me á frente do computador, em busca de conforto, em palavras, que, depois de lidas, não parecem escritas por mim. Comer? Só de pensar nisso, sinto - me sufocada. Quero sair deste corpo. Quero voar, quero sair daqui, conhecer novas pessoas, que não me julguem, que não saibam o meu nome. Quero uma nova vida, um refresh. Quem antes tinha tudo, agora nada tem, talvez porque a contar as estrelas, acabei por perder a lua. E não foi sempre assim?

Os corredores

É mais uma noite, talvez fique até tarde a tentar ler, ou a escrever, para amanhã acordar ás tantas, e deparar - me com as mesmas coisas, a mesma vida rotineira, pensar nas mesmas pessoas, e ouvir as mesmas músicas. Agora é só mais uma noite, mais uma noite, passada a sonhar com aquilo que não devia, a desejar aquilo que já não posso ter. E amanhã, se Deus quiser, estarei eu diante do espelho mais uma vez, mais uma luta por assim dizer, a sofrer por antecipação, por algo que demorará a acontecer. Hoje, confesso, pensei que te tinha visto e o meu coração parou, fiquei nervosa, e tudo ficou muito escuro, e assim cheguei a esta conclusão, que posso dizer a mim própria como me és indifirente, mas é mentira, muito mentira. E com esta hipótese de te confrontar, eu nem quero arriscar, não quero pensar nisso, mas a verdade? A verdade é que o teu nome ainda mexe comigo, e posso fingir agora, perante as pessoas, que simplesmente já não penso em ti, posso dizer que encontro outros rapazes. Mas quando te vir, quando voltares a ser a minha realidade novamente. Quando voltarmos áqueles corredores. A diferença? É que antes, eras a primeira pessoa a quem eu sorria, com quem eu ia ter. Aqueles corredores guardam história. E agora? Agora seremos mais uns estranhos, desta vez.. com memórias.

Same shit

Bem, mais um dia se passou, e aqui estou eu em frente ao computador mais uma vez. Agora sinto - me fresca, livre. Talvez seja estranho a minha definição de liberdade, ser estar em frente ao computador, a escrever uns quantos textos que mais ninguém irá ler, mas para mim isto é ser livre, expressar aquilo que sinto num lugar onde não me sinto negligenciada ou mesmo perdida. Só livre, a escrever, a colecionar palavras, para depois as usar. A minha vontade agora seria crescer, e fazer algo de útil com a minha vida, e escapar a estes anos (e ainda tenho muitos pela frente), a estes anos que tanto chamam de "idade do armário". A minha vontade é fazer isso, para depois me ver em casa, com filhos, casada, uma profissão, e não ter tempo para ir realmente ao computador e escrever meros textos. Nessa altura direi: quero voltar áqueles anos. Não sei quando acontecerá, nem sei porque é que as pessoas mais velhas fazem isso. Elas eram como eu, mas já se esqueceram. Elas não tinham o computador, mas tinham a sua definição de liberdade. Elas queriam crescer, e hoje em dia dão valor a cada momento em que estão sozinhos com os seus pensamentos. Eu não sei, eu sou tão nova, e já quero ultrapassar isto.. Estes são os anos em que escolhemos quem queremos ser, o que vamos fazer para o resto da vida.. Que idiotice, assim, escolher ? Eu sempre soube o que queria, e quando chega a hora, fico assim. Será que serei feliz? Será que daqui a uns anos vou estar a implorar por liberdade ? Será que vou ser feliz 

O despertar..

Hoje sei que posso ser alguém diferente, mas apetecia me sair daqui e talvez experienciar algo novo. As paredes do meu quarto são lindas, mas não quero estar limitada aqui. Quero ser feliz longe, e ninguém me percebe. Ninguém percebe o porquê da pressa para sair da minha zona de conforto. Eu estou perdida , não sei bem o que fazer. Passei grande parte das férias a perder tempo com alguém que enfim, não quis saber de mim , quando devia ter - me concentrado em mim mesma, naquilo que quero, naquilo que sou. Agora falta - me pouco para voltar aos tais corredores, e tenho medo de voltar e ser exactamente a mesma pessoa. Será que mudei radicalmente? Eu só queria conhecer novas pessoas, novas realidades talvez estar um bocado sozinha. E mesmo quando estou sozinha, não me sinto sozinha, sinto - o comigo, quer seja nos pensamentos, ou outra coisa qualquer , o que me irrita um bocado. Há pessoas que se vêm rodeadas de gente e se sentem sozinhas, mas eu estou sozinha, e sinto que estou acompanhada, mas não quero ser acompanhada por ele, mais uma vez fico assustada. Temo gostar da companhia e voltar a cair nas mesmas rotinas, no mesmo padrão. Como é que nos encontramos a nós próprios? Como é que somos novas pessoas? Como é que nos descobrimos? 

Ninguém gosta de ser perfeita, mas eu queria..


Bem, eu nunca fui a rapariga perfeita, por mais que quisesse ser. Eu sou aquela rapariga que todas as manhãs acorda, e fica horas ao espelho á espera de encontrar um milagre, mas sai da casa de banho muito desiludida. Eu sou aquela rapariga que tenta estudar, que tenta compensar com livros aquilo que não tem na beleza ditada pela televisão, as revistas, a sociedade.. Bem, eu deixei que isso me controlasse. Eu sou aquela rapariga que ri de tudo e de todos, que cai e tropeça em tudo, mas chega a todas as noites e não percebe o que tem de errado. Eu nunca fui a rapariga perfeita, mas queria ser. Eu queria ser para ti. Eu não te culpo por te teres fartado de mim, talvez tivesse de ser assim, eu não sou muito interessante, nem perspicaz no que toca a esses assuntos de coração. Parece que sei de tudo, mas quando chega a mim, simplesmente não sei. Eu queria muito que tu gostasses de mim pelo o que sou, por uma pessoa diferente da que mostro ao mundo, eu não sei.. Quando as pessoas me perguntam o que via em ti, bem, talvez fosse o facto de parecer que tinhas essa capacidade de me ouvir sem suspirar, talvez porque contigo eu não sentisse necessidade de ser perfeita, estava tudo no lugar.. Tudo me parecia certo! Hoje em dia, conto os dias que não estou contigo, e acordo todos os dias com a mesma sensação que tinha há muito tempo, muito antes de te conhecer. Hoje em dia, sei que já não gosto de ti como antes, talvez porque me magoaste muito, e nunca saberás disso, e provavelmente nem vais querer saber..  Mas essa é a realidade, a verdade é que quando se quer, o amor não acaba, e não foi porque quis que com muita força de vontade te esqueci ; eu fui obrigada a isso, eu fui confrontada com uma realidade sem te ter. E quando caí nessa realidade, eu não via outra saída senão tirar  - te da minha cabeça , apagar - te da minha vida. Porque apesar de tudo, eu tinha aquela esperança que todos tem, que secalhar um dia te irias aperceber do mal que me fazias.. Mas não, isso não vai acontecer, e eu tive de cuidar de mim. Eu não podia ficar daquela maneira, de cada vez que me lembrava de ti, chorar, ouvir uma música, chorar, ler um texto, um livro, qualquer coisa e chorar.. Não, não podia ser assim, eu tive de me levantar. E quando as pessoas me perguntavam se eu estava bem, eu dizia que sim. Não porque tenho prazer em fingir. Mas porque eu tinha esperança de que, se eu dissesse muitas vezes que estava bem, isso um dia iria acontecer. E aconteceu. Ainda hoje posso falar de ti sem chorar, ou sem ter vontade de saltar da varanda do meu prédio. Hoje, só penso como estarás, só penso como andas, e o que tens feito. Sem ódio, sem ressentimento, sem mágoas. Eu nunca quis ser perfeita. Eu só queria que gostassem de mim pelo o que sou. Não sei se fingias, não sei se era apenas falsidade.. Mas tu deste - me essa esperança que alguém pode mesmo gostar de mim. Obrigada por te teres ido embora, deste uma oportunidade a outra pessoa qualquer de ocupar um lugar no meu coração. Honestamente, espero que um dia vejas em alguém aquilo que eu vi em ti. Serás uma pessoa mais feliz. Não interpretes mal o meu silêncio. Há coisas que devem ficar onde estão. Não quero que me fales, que me olhes. Sei que já não há nada para mim. Deixa - me ficar apenas com as boas memórias. O que ontem foi uma grande história de amor, cheia de promessas e juras, hoje tornou - se mais numa história silenciada pelo choro da noite. O que ontem era tudo, hoje não é nada.

Coisas inexplicáveis..

Já tiveste aquela sensação de olhares para a balança e sentires naúseas ? Aquela sensação de comeres e sentires te mal ? ires ás lojas e teres vergonha de pedir um tamanho maior porque sabes que engordaste. É inevitável. Para mim sim. Em 8 meses engordei 10 kilos. Se as pessoas me dizem que estou bonita, que estou bem, não acredito. Simplesmente não. Sinto - me cheia, sinto que ocupo espaço. Sinto - me mal. Sinto - me com vontade de chorar. Hoje sei que não posso comer mais aquilo que posso e quero. há aquelas pessoas que parece que tem prazer em ver que estou a engordar, talvez para se sentirem melhor com elas próprias. Outras simplesmente porque sim. Sinto que estou contra todos. A minha vontade é deixar de comer, talvez experimentar algo radical. Não quero enfiar nada no estomago. Hoje disse á minha mãe que nao queria comer, mas não aguentei nem até ás 14 horas, que bastou ver comida, comecei a tremer, nem me conseguia sentar.. Por mais que tente resistir, não consigo, o meu corpo pede por mais. Estou determinada a fazer isto da maneira saudável. Não quero dar nenhum desgosto aos meus pais. Mas quero caber em vestidos. Quero sentir - me bem. Magra. Quero ser como aquelas miudas das revistas. Há 8 meses eu tinha menos 10 quilos. E tinha namorado. E tinha montes de rapazes. Tinha tudo. Tudo. Com mais 10 quilos , nada. Deve ser por alguma razão...

Aquela história

Foi naquela tarde que eles deram o seu primeiro beijo. Talvez eles não fossem muito seguros de si. Nem se conheciam muito bem, mas sentiam algo um pelo o outro. A experiencia, aquilo que iriam viver, concentrou - se tudo ali. Ainda era inverno, e estava frio, aquele tipico frio de Janeiro. Aquele frio que dá vontade de aconchegar, de não ir á escola. Mas naquele momento , naquele lugar, muitas certezas viriam a ser certas. Ela era uma rapariga, segura de si por fora mas por dentro muito indecisa, e talvez um pouco confusa. Seria assim, ela estava mesmo no inicio da sua adolescencia, e foi quando o mundo começou a despertar a sua atenção e ela quis sair da sua bolha encantada. Ele, era um rapaz brincalhão, todos gostavam dele, tinha várias namoradas, era seguro, e no entanto só queria gostar de alguém a sério. Era bonito, e gostava da companhia daquela miúda, por assim dizer, gostava da sua atitude desafiadora, daquela maneira que ela lhe fazia sentir. E ali estavam eles, duas pessoas completamente diferentes, a serem iguais no coração. E daí começou tudo, aquela história de amor, aquela história linda que eles começaram a criar. No inicio era tudo muito recente, começaram por conhecer - se com coisas naturais, como os seus sonhos, o que gostavam, o que não gostavam etc, e viam como gostavam de estar um com o outro. Eles não trabalharam logo nos seus sentimentos, o que significou um problema, pois a rapariga tinha medo que esse tal rapaz se pudesse apenas aproveitar - se dela. Dando ouvidos a opiniões alheias, a relação deles atravessou um período dificil, ela quebrou tanto a confiança dele, que a menina que tinha medo de ser magoada acabou por magoar, dizendo que estava apaixonada por outro. Não é que fosse mentira, mas aquela rapariga, quando sentiu que tinha perdido aquela boa coisa, sentiu - se muito mal por ter magoado aquele rapaz que a fazia sentir tão bem. Ele podia ter tantos defeitos, ele já podia ter errado, mas ela não o queria magoar, queria ser amiga dele , queria estar com ele, queria faze - lo feliz. Então ela esforçou - se para ganhar a confiança dele novamente, e eles encararam um novo lado da relação deles, decidiram dar uma espécie de "tempo" para se conhecerem melhor e perceberem o que realmente queriam daquela relação deles. A miúda insegura, deixou de ser insegura por dentro, começou a ter mais confiança para expor os seus sentimentos, ela queria realmente expor - lhe aquilo que sentia, ela queria sentir - se especial. Aquilo era tudo novo, ela não sabia o que fazer, mas sabia que aquilo era amor. Ele deixou de ser de todas, e quis ser só dela , apesar de não namorarem "oficialmente" , ele queria ser chamado de namorado dela, e tinha saudades dela constantemente. Sim, eles tinham discussões, mas gostavam de estar um com o outro, e eles traziam o melhor do que havia um com o outro. Ela cresceu, ele cresceu, e passaram a crescer juntos de mãos dadas. Ele queria alguém para amar e teve; ela queria sentir - se especial, e teve. Tudo corria bem, e ela dava provas de querer a confiança dele, apesar dos ciúmes, apesar dos amigos e amigas, mas ela provou ser fiel. Ele provou ser paciente, saber esperar por ela, por aquela miúda, pela pequena dele. E o tempo foi passando, houve férias, e tudo o que eles os dois queriam eram estar um com o outro. Ela vivia o seu primeiro amor, ele sentia que nunca tinha dedicado tanto tempo a alguém, ou mesmo gostar de alguém assim. Aquilo era amor sem dúvida. Os "gosto muito de ti" já não eram sufecientes, o "ser amigos" não era suficiente, e quando as férias acabaram, e quando eles se voltaram a ver, o sentimento continuava lá. Ele não a pedia em namoro porque tinha muito medo, ele queria ser o namorado perfeito, sabia que nunca o poderia ser, ele só queria ser melhor pessoa para ela. Ela tinha medo de errar novamente, pela primeira vez na vida, em 1ºlugar estavam os sentimentos dele e não os dela, ela só queria fazer - lhe bem. E ao mesmo tempo tinha medo de realmente dizer lhe que o amava. Porque esta era a sua primeira vez, mas a dele não, e tudo aquilo era como dar um tiro no escuro. Foi então o primeiro "amo - te", ali naquele lugar, seguido de um beijo apaixonado, tal como o primeiro, e foi então que ambos tiveram as suas certezas. E nessa mesma semana, ele foi ter com ela, e disse - lhe finalmente o que ela tanto queria ouvir. Que ela era especial. Diferente das outras. A pessoa que ele mais queria para ele. Ela correspondeu lhe. E ali naquele seu momento ele beijou - a mais uma vez e pediu -a em namoro. Aquele dia foi um dos dias mais felizes da vida dela. Ela estava á espera daquilo, daquela prova de confiança. Era um dia chuvoso, e após aceitar aquele pedido, ela correu feliz para a sua aula, e ele para a sua, em sítios diferentes, mas os dois com o mesmo pensamento , que se amavam. Se o namoro foi fácil ? Não, não foi, eles discutiam muito, mas a verdade é que cada discussão nunca terminava com um "adeus" mas sim com um "desculpa" e uma troca de abraços. Eles amavam - se , sim, eles cresceram, já não eram as mesmas pessoas que eram naquele Janeiro, ao longo das estações foram mudando, muitas pessoas metiam - se no meio daqueles dois, mas no final do dia ? No final do dia, era nela que ele pensava antes de ir dormir, no final do dia ele era a causa de tudo o que aquela pequena escrevia. E eles amavam - se, e discutiam, e amavam - se e havia ciúmes, e ela queria mais atenção dele, e ele queria ser o único na vida dela, e ela pensava que ele não gostava tanto dela como ela dele, e começou assim, e foi assim, e acabou assim. Da mesma maneira como elas começaram numa tarde de Inverno, acabou numa manhã de Verão. Eles mudaram , sim , ao longo das estações. E foi isso que aconteceu. Apesar de se amarem, aquilo comecçou a tornar - se repetitivo. E aquele rapaz , aquele de quem ela tanto gostava.. Bem, desta vez foi ele que traiu a confiança dela. E do nada, ele decidiu que já não valia mais a pena. Disseram - se coisas horríveis. E desta vez a discussão não terminou com um abraço. Terminou com um "adeus". E tudo aquilo que eles podiam ter sido, não foram, pois aquele rapaz decidiu menosprezar os sentimentos da sua pequena. Aquela rapariga que antes estava a viver um sonho, começou a viver o pesadelo. Sentiu - se trocada, triste, confusa. Ela não compreendia. Ele agora estava a viver tudo de novo com outra rapariga. Foi num estalar de dedos e arranjou outra. E aquele menino? Ele já não é o mesmo. E aquela menina? Também não. Nenhum deles estava á espera. E uma coisa que aquela menina aprendeu, foi que , temos de saber seguir  o coração , mas também ouvir a razão. E aquele menino? Eu não sei o que ele aprendeu. A verdade é que já não falo com ele há muito. Aquela menina? Sou eu. O que aprendi foi que, nem tudo dura para sempre. Que temos de seguir em frente. Como já disse uma vez, o que antes era uma grande história de amor agora já não é nada.

mais um dia assim..


Hoje foi mais um dia normal. Acordei a uma hora relativamente cedo para quem está de férias, e olhei - me ao espelho como sempre, contemplando aquilo que o Sol me fizera á cara.. Ainda há uns dias tinha acordado com um escaldão na cara, e hoje recebo as peles. Eram 7h30 da manhã. A esta hora, em plenas férias, pessoas da minha idade ou estão a acabar as suas noites em que ficaram acordados, ou simplesmente dormem profundamente. Mas eu levanto - me todos os dias, a essa mesma hora, com um propósito maior do que dormir: emagrecer. Telefono a uma amiga para vir comigo. Preferia fazer isto sozinha, porque não haveria tentação de parar, estaria eu a menosprezar - me sozinha enquanto corro por sítios que sei que são practicamente desertos. Mesmo assim vou buscá - la a casa, e sei que não vai resultar. Não tomo o pequeno almoço, porque não me quero sentir ainda mais gorda, e lá vamos, e caminhamos. Eu queria correr, queimar calorias, mas ela não quer, e vamos a conversar, e nem vamos em passo de caminhada. Sinto - me a esmorecer enquanto a oiço falar, sei que não estou a queimar nenhuma caloria, até que nos sentimos cansadas por andar apenas a andar normalmente por subidas e descidas. Ela oferece - se para pagar um gelado, e eu feita cega, aceito, e la compramos dois gelados estilo haggen daz, mais um pacote de batatas fritas para acompanhar com molho de alho. Verdadeiramente delicioso, devo acrescentar. Sentamo - nos no sofá dela, e comemos até nos fartarmos, falamos e vemos televisão, até que chega hora de ir para casa. Senti uma certa urgência de me fechar numa casa de banho com vergonha, mas não o faço em casa dela, e vou para a minha. A minha casa tem estado cheia. Não posso ter um momento para mim. A minha mãe diz para irmos almoçar , quando só quero é vomitar. Como uma sopa a custo, e todos estranham por comer tão pouco. Mal eles sabem que por dentro estou a morrer. Acabo, e vou á casa de banho com medo. Sinto - me enjoada, e fico lá um bom tempo só por estar. É então que pego na escova de dentes, e enfio - a na boca. Honestamente não sei o que estava a pensar. Eu já tinha pesquisado como se fazia, o sitio correcto para por a escova, e sair tudo cá para fora. E não saiu. Depois de várias tentativas falhadas, olho - me ao espelho, cansada e cheia de olheiras, sem ninguém com quem poder falar. Saio da casa de banho, disfarçando, e vou em direção ao meu quarto, onde me deito e durmo, e afogo - me nos meus pensamentos.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sentimentos estranhos

As mesmas rotinas, as mesmas paredes, as mesmas coisas por onde quer que ela passe ? Onde estaria a mudança ? Onde estaria a vontade de liberdade? Será que tinha tudo desaparecido ? Ela acorda a medo, sai da cama, lava - se, e senta - se a tomar o pequeno - almoço. Já tentou saltar essa refeição, mas simplesmente não consegue. Não quer sair de casa, não quer conviver. E para alguém tão novo, isso não seria estranho? Agora era as mesmas coisas, todos os dias. Estar de férias não sabia assim tão bem. Mas sabia bem pensar que estava longe dele, daquela "pessoa". Estar longe dos corredores, e daquelas pessoas que ela via todos os dias, constantemente. Ela estava num meio termo. Não queria estar sozinha, mas também não queria ver ninguém. Mas forte ela não era. Ela nunca tinha sido. Talvez fosse boa actriz. Talvez conseguisse disfarçar. Mas o coração continuava fraco. Continuava estúpido. Frágil. Mas a cada dia ela conseguia disfarçar. Sim , ela disfarçava muito bem.

Um novo acordar..

O despertador toca, e ela tenta encontrá - lo por debaixo dos lençois. E continua a tocar e a tocar, até que ela o agarra, e desliga, seguido de um suspiro . "A noite passa demasiado depressa" - pensa ela desconsolado. O nome dela era Sofia, e ela era uma pessoa indecisa, chorosa, e neste momento insegura. Quando outrora era uma pessoa confiante, e sempre com um sorriso na cara. Mas desta vez não, os acordares dela eram tão.. tão monótonos. Parecia que aquela "pessoa", aquele de quem ela se recusava a falar lhe tinha tirado a alegria, lhe tinha tirado tudo. E a cada dia que passava ela sentia - se mais estúpida e mais burra. E a cada dia que passava ela sentia cada vez mais que a comida era uma batalha a ser travada, sentia - se feia, inutil. E sentia que não tinha ninguém a quem recorrer. Sim , ela tinha posto todas as suas esperanças e sonhos em alguém que acabou por ir, sem aviso, sem piedade. E agora ela estava lá, rodeada de gente, mas sempre com saudades de uma parte dela, que tinha morrido para sempre. E ela sabia que era mesmo para sempre, porque quando acaba de vez, o coração morre por segundos. O mundo cai, e ouve - se cacos , a deslizarem para o chão, em forma de lágrimas. O problema de se ter o coração partido, é que o mundo não pára para o consertarmos como deve de ser. E assim, ela teve de se apressar, para a sua nova vida, para uma vida de acordar e não se sentir viva. Para aquela vida onde todos perguntam: estás bem ? E ela só diz: sim, estou. Mas sem dizer a verdade, claro.